Related Papers
Em Tese
In diversitate renascor: uma reflexão sobre a história dos estudos clássicos no Brasil a partir da UFSC
2021 •
Luiz Henrique Queriquelli, Thais Fernandes
Este trabalho propõe resgatar a história dos estudos clássicos (EC) na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), buscando situá-la na história dos EC brasileiros e analisar suas mudanças e reações ao longo das décadas, além de ensaiar reflexões a partir desse resgate. Os resultados mostram que a UFSC surge no momento em que os EC deixam a educação básica e se expandem na educação superior, estando presentes nela desde sua fundação. Nos anos 90, a flexibilização dos currículos de Letras engendrada pela LDB de 1996 impactou negativamente a área, porém houve ao mesmo tempo um florescimento via pós-graduação na instituição. O conjunto dos trabalhos da área ao longo das décadas reflete uma pluralidade de visões que contradiz alegações de que os EC são conservadoristas, sendo que prevalece na UFSC uma visão da antiguidade como fonte inesgotável de chaves para a interpretação dos problemas atuais, com destaque para o papel revitalizador da tradução.
Em Tese
O estudo do Sânscrito como parte da História dos Estudos Clássicos no Brasil: percurso, questões, desafios
2021 •
Matheus Vargas de Souza
Os Estudos Clássicos no Brasil se desenvolveram nos últimos anos como um campo forte e bem estruturado. Em um primeiro momento, ao falar em “Estudos Clássicos” alguém poderia considerar exclusivamente os estudos do grego e do latim. No entanto, durante um período curto, um grupo de sanscritistas integrou ativamente a SBEC e atuou no sentido de pensar o sânscrito como intimamente ligado às línguas clássicas. Sem misturá-las plenamente, mas enfatizando sua familiaridade. Essa presença do sânscrito entre os Estudos Clássicos brasileiros é, defenderemos, uma boa oportunidade para estimular debates sobre a constituição, o sentido e a essência da SBEC em nosso país.
Em Tese
Entrevista com Charlene Martins Miotti. Da Filologia como amor ao pé da letra
2021 •
Rafael G T Silva, Charlene Miotti
O Evangelho de Homero: Por uma outra história dos Estudos Clássicos
2022 •
Rafael G T Silva
Homero está morto. Quem matou Homero? A interrogação colocada por dois classicistas estadunidenses, Victor Davis Hanson e John Heath (1998), ecoa um tópos tradicional na história dos Estudos Clássicos e constitui o ponto de partida para uma investigação sobre a pretensa crise dessa disciplina na contemporaneidade. Para isso, o contexto das últimas décadas — em especial, no âmbito das culture wars — é analisado a partir dos conflitos entre diferentes perspectivas sobre a Antiguidade e seus significados para o presente: entre cânone e estudos culturais, entre filologia e teoria, aquilo que em inglês se chama de classics constitui um campo de batalha para classicistas e intelectuais, tanto conservadores quanto progressistas. Contudo, as questões suscitadas por esses debates sugerem que alguns dos impasses contemporâneos têm raízes mais antigas, remontando pelo menos à institucionalização da Altertumswissenschaft [Ciência da Antiguidade] na universidade alemã do século XIX, a partir da fusão de princípios humanistas e historicistas. O responsável por avançar a proposta de uma disciplina moderna para o estudo da Antiguidade é Friedrich August Wolf, autor também da obra que formaliza a “questão homérica” na Modernidade (Prolegomena ad Homerum, 1795). Essas duas frentes de seu trabalho intelectual estão profundamente imbricadas e revelam a que ponto uma reflexão sobre Homero e seus poemas fundamenta a ideia de uma prática filológica desde a Antiguidade. Homero seria não apenas metonímia dos Estudos Clássicos, mas condição de possibilidade para seu desenvolvimento desde os antigos até os (pós-)modernos. Para investigar essa hipótese, desenvolvida por Wolf e assumida como pressuposto pelos estudiosos que escreveram alguma História dos Estudos Clássicos (durante os séculos XIX e XX), a estratégia é remontar aos antigos e estudar suas práticas potencialmente filológicas à luz das especificidades de seus contextos históricos. Com isso, emerge um esboço de uma outra história dos Estudos Clássicos — de Homero a Wolf e além —, delineada a partir da perspectiva oblíqua de quem não deixa de refletir sobre a realidade contemporânea e, tomando consciência de sua própria história, busca enfrentar criticamente seus problemas.
Em Tese
O Futuro do Passado. Apresentação do vol. 27, n. 2 (2021) da revista 'Em Tese'
2021 •
Rafael G T Silva, Tiago de Holanda Padilha Vieira
Em Tese
Algumas verdades e mentiras sobre os Estudos Clássicos no Brasil
2021 •
Rafael G T Silva
A constatação de crise na área de Estudos Clássicos tem estado em voga desde meados do século XX (ou mesmo antes), embora essa tendência tenha se radicalizado vertiginosamente nos últimos anos, devido em grande parte aos debates educacionais sobre cultura, política, economia e sociedade, incluindo temas polêmicos interrelacionados, como gênero, raça, classe e sexualidade. Enquanto há quem denuncie a decadência na qualidade do ensino, das pesquisas e das publicações, há também quem critique o conservadorismo de certos pressupostos assumidos por uma área dedicada ao estudo das civilizações antigas que ainda desfrutam do status de “clássicas” em nossa sociedade e que frequentemente se limitam aos gregos e romanos (no masculino). Diante desse quadro, o que pensar sobre os Estudos Clássicos no Brasil? Quem são as pessoas que se dedicam à pesquisa, ao ensino e ao estudo da Antiguidade clássica em nosso país? O que pensam e como avaliam sua área hoje? Partindo de um levantamento de dados ainda inédito — por meio de uma pesquisa de opinião e análises quantitativas de dados —, pretendo esboçar um panorama sobre essas questões a fim de desmistificar algumas impressões, modalizar outras e oferecer balizas mais seguras para quem queira refletir criticamente sobre a área no Brasil de 2021.
Revista Vernáculo
Apresentação: Estudos Clássicos Brasileiros
2002 •
Alessandro Rolim de Moura
Por Uma História Da Tradução Dos Clássicos Greco-Latinos No Brasil
2016 •
Adriane Duarte
Apesar de ser cada vez maior a presenca de pesquisadores das letras classicas que atuam em linhas de pesquisa dedicadas a recepcao dos classicos e a sua traducao no Brasil, essa area ainda nao foi alvo de um estudo sistematico e diacronico, que busque mapear autores e obras vertidas para o portugues e suas caracteristicas. Esse artigo pretende tracar um panorama dessa area de atuacao e refletir sobre seu impacto sobre os estudos classicos.
Em bom português: a tradução dos clássicos greco-latinos no Brasil (XVI Jornada de Estudos da Antiguidades. CEIA, UFF, 2016)
Adriane Duarte
Resumo: Apesar de despertar uma atenção perene no ocidente, notadamente na última década, a tradução dos clássicos greco-latinos ganhou novo impulso no Brasil. Contribui diretamente para isso a expansão do mercado editorial e o engajamento institucional. É cada vez maior a presença de pesquisadores das letras clássicas que atuam em linhas de pesquisa dedicadas à recepção dos clássicos e à sua tradução, bem como o dos que se dedicam à prática tradutória. Pretendo apresentar um panorama dessa área de atuação e refletir sobre seu impacto sobre os estudos clássicos. Essa conferência está organizada em duas partes. Uma primeira em que busco dar um quadro da relação entre tradução e herança clássica, mostrando como, ao fazer circular textos e ideias, a tradução foi um fator importante para criar redes culturais que ultrapassaram fronteiras geográficas e históricas, pois é inegável que a disseminação da cultura clássica e sua sobrevivência se devem não apenas às qualidades intrínsecas das obras que compõem seu corpus, mas à eficácia dos meios de comunicação envolvidos, e por vezes, até mesmo, desenvolvidos, em vistas de sua preservação. Uma segunda, dedicada à tradução dos clássicos greco-latinos no Brasil e o papel crescente das Universidades no debate e na prática tradutória. Encerro com uma proposta de construção de uma história da tradução dos clássicos no Brasil coletiva e colaborativa na internet.
Em Tese
O sonho de uma sombra
2021 •
Robert de Brose